A suspeita é de que um total estimado entre R$ 10 e R$ 15 milhões tenha sido desviado pelos atuais suspeitos
Aldair Rocha, superintendente da Polícia Federal, na entrevista coletiva de ontem à tarde-KID JÚNIOR
A Polícia Federal, ontem, cumprindo 20 mandados de busca e apreensão em prefeituras e residências de suspeitos em desviar recursos das administrações municipais, apreendeu documentos e equipamentos, além de três pessoas relacionadas com processos das prefeituras de Maracanaú, Itaitinga, Aracati, Fortim, Cariús, Beberibe, Senador Pompeu, Quixeramobim, Quixeré, Miraíma e Pacujá. As pessoas que foram presas são: Elias Neves Neto, Alan Galdino e José Luís de Araújo Lima.Representantes da Polícia Federal, do Ministério Público Estadual e da Controladoria Geral da União (CGU), comunicaram oficialmente os fatos à imprensa em uma coletiva à tarde passada, na sede da Superintendência da Polícia Federal.
A nova operação desenvolvida ontem, denominada de Gárgula II, alcançou 11 municípios cearenses. Nessas localidades foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão e seis de prisão. Três pessoas foram presas, duas não encontradas já se comprometeram em se apresentar à Superintendência da Polícia Federal em Fortaleza hoje. Um está sendo considerado foragido. As investigações visam apurar irregularidades em licitações e desvio de recursos públicos federais, estaduais e municipais nos municípios de Maracanaú, Itaitinga, Aracati, Fortim, Cariús, Beberibe, Senador Pompeu, Quixeramobim, Quixeré, Miraíma e Pacujá.
Continuidade
O superintendente da Polícia Federal, delegado Aldair Rocha, declarou que a Gárgula II é uma continuidade das atividades das operações Gárgula I e Província. Na primeira, deflagrada em dezembro do ano passado, foram realizadas nos municípios de Aquiráz, Eusébio e Guaramiranga. Já na segunda (Província), realizada no início de março, as ações ocorreram em Pacatuba e Nova Russas.
Aldair Rocha relatou que, de 2007 a 2010, somente de recursos da União para os 11 municípios, objeto das investigações da Gárgula II, foram disponibilizados R$ 124 milhões, dos quais R$ 57 milhões foram liberados. Ele estima que de 20 a 30% de tal montante foi desviado em licitações fraudulentas. "Foram apreendidos documentos de procedimentos licitatórios, equipamentos de informática, em residências e prefeituras. O esquema é o mesmo, criação de empresas de fachada para fraudar, então, o concurso licitatório", ressaltou, citando os possíveis crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica, corrupção ativa e corrupção passiva.
Os recursos da União são provenientes de projetos das prefeituras em parceria com a Funasa e o Dnocs e outros órgãos. O promotor de justiça, Eloilson Landim citou os seis nomes que tiveram mandados de prisão temporária decretados: Eduardo Teixeira Soares Lima (engenheiro que prestou serviços em Senador Pompeu, Milhã e Deputado Irapuan Pinheiro), Elias Neves Neto (vereador do Município de Acopiara), Antônio Alexandre Amora Frota Filho, Alan Galdino Albuquerque, José Luís de Araújo (empresário) e Raimundo Rodrigues de Sousa (Secretário de Administração de Pacujá e esposo da prefeita daquele Município.
Fonte: DN (30/04)
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