quarta-feira, 6 de maio de 2009
Inundação Causa Prejuízos e Transtorno no BNH
Sábado, 25 de abril, o populoso Bairro BNH, localizado na periferia de Icó, amanheceu inundado. Quatro ruas localizadas na parte mais baixa, abrangendo cerca de 100 casas e envolvendo em torno de 1.000 pessoas amanheceu o dia sem saber o que fazer.
A água da chuva que caiu durante a madrugada e chegou a 100 mm entrou pelas casas e causou prejuízos, transtorno e muita preocupação para todos. “Nunca vi coisa como esta neste bairro”, disse D. Helena, que também teve a casa inundada. Conta Joaquim Teta que tudo aconteceu de forma muito repentina sem que houvesse tempo para fazer qualquer coisa.
“A chuva foi rápida e forte, mas estava tudo tranquilo. Rapidamente a água começou a tomar conta da rua e entrar nas casas. O máximo que conseguimos foi suspender alguns móveis e eletrodomésticos. Em pouco tempo tudo estava deste jeito”, disse Joaquim, mostrando a casa com água de pelo menos trinta centímetros desde o quintal até a porta de entrada.
Na primeira rua mais baixa o técnico em eletricidade Onildo Rodrigues e sua esposa Maria do Socorro tiveram que retirar algumas coisas às pressas e o restante ficou dentro da água. Geladeira, fogão, cama e outros pertences ficaram sobre mesas e andares improvisados o restante, que não foi possível retirar, ficou mesmo dentro da água que chegou a um metro de altura.
A opinião geral do bairro inundado é que a principal culpa pelo acontecimento vem da construção da creche que está em andamento e ocupou todo o espaço da lagoa que absorvia as águas. A própria construção, que está paralisada, ficou no meio das águas. “Antes havia inundação, principalmente na primeira rua, que é a mais baixa, mas nunca aconteceu coisa como esta.
A creche ocupou a lagoa e não foi feito nenhum serviço de drenagem para a água escoar. Da forma que está sempre que chover nossas casas ficarão inundadas”, disse Neide Botão.
Outros acusam uma obra de drenagem que foi realizada pela prefeitura durante a gestão do prefeito em exercício Jaime Júnior, na rua Padre Vieira, que fica na lateral da Faculdade Vale do Salgado, o que é rebatido por muito.
“O canal de drenagem não é o causador desta situação, pois a água da rua vinha para cá de qualquer jeito, com canal ou sem canal. O que precisa é obra de drenagem para conduzir a água do centro comercial até o Rio”, disse o pedreiro Luiz Alberto Silva.
No meio da inundação a reportagem encontrou alguns vereadores que puderam avaliar bem a situação e deverão ser porta vozes da população. “Esta situação não pode permanecer assim. Vamos saber o que será possível mudar”, disse Júnior Dantas.
O secretário de Ação Social, Fernando Nunes, também esteve nas ruas inundadas e lamentou a situação. “Este é um momento de muita dificuldade para quem está com a casa cheia de água. É preciso verificar as razões disto tudo e buscar corrigir. A secretaria de Ação Social prestará todo o socorro necessário”, disse o secretário.
Enquanto todos esperavam a baixa das águas, já que não havia interesse de ninguém deixar a casa, uma retro-escavadeira foi colocada em ação pela prefeitura para abrir uma vala no dique de proteção e permitir a escoagem das águas para o canal do Perímetro Irrigado.
A população apreensiva diz que o canal de drenagem poderá salvar a situação de imediato, entretanto há o risco de que á água que desce no canal, caso chegue a transbordar, piore ainda mais a situação, pois o dreno aberto permite a saída e entrada de água. “Esperamos que o prefeito veja nossa situação e tome as providências, pois ele não sabe o que é amanhecer em baixo de água e ter sua casa e seus pertences completamente destroçados desta forma.
Não adianta fazer um paliativo agora e deixar para lá até que tudo volte a acontecer outra vez. Este é o costume que todos fazem”, disse Francimeire. Outro risco que a que a população inundada está exposta é a contaminação pela água suja recheada de esgoto.
“Toda a água represada no Bairro BNH vem contaminada com esgotos e poderão surgir doenças as mais diversas. A secretaria de saúde precisa avaliar a situação e tomar providências preventivas. No bairro há idosos, doentes e muitas crianças. Isto é muito perigoso”, disse Maria do Socorro.
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