Um detento que cumpria pena na Colônia Agropastoril do Amanari, em Maranguape, foi assassinado a tiros de pistola calibre 380, na noite do último sábado (21), no interior daquela unidade prisional. Este foi o terceiro homicídio dentro do Amanari este ano. O crime reflete a situação caótica vivida ali, com os detentos convivendo diariamente com a superlotação, fugas e motins. As cenas de descaso ficaram comuns, como publicado em edições anteriores do Diário do Nordeste. No último dia 11 deste mês, a Justiça decidiu que a unidade penal fosse desativada no período de até dois anos.
Na noite de sábado, o detento Antônio Robério da Silva Holanda, 32, estava em uma área do presídio situada atrás das edificações onde os presos dormem quando foi atacado por dois homens encapuzados e armados de pistola. Os bandidos efetuaram vários disparos e quatro deles atingiram a vítima, que teve morte imediata. Policiais militares e agentes penitenciários que fazem a segurança do presídio foram para o local, mas os bandidos já haviam fugido pela mata.
Na manhã de ontem, o clima era de aparente tranquilidade na Colônia e as visitas ocorriam normalmente. A reportagem do Diário tentou entrar no presídio, mas a direção foi consultada por telefone, por um funcionário e, segundo ele, o diretor Falcão não permitiu a entrada da equipe. Do lado de fora, três policiais militares e um agente penitenciário, controlavam a entrada de parentes dos presos.
Os policiais militares que estavam na manhã de ontem na entrada do presídio disseram que os bandidos podem ter chegado ao detento pela mata. "Aqui é muito extenso e em alguns pontos não existe mais a cerca de proteção, o que facilita a entrada de pessoas de qualquer tipo na área de convivência dos presos", disse um PM.
A situação da morte do detento vivenciada no último sábado no Amanari, que é destinado aos detentos em regime semiaberto e àqueles que executam trabalhos fora da prisão e são obrigados a dormir todas as noites da Colônia, já havia sido alertada pelo presidente do Conselho Penitenciário do Estado, advogado Leandro Vasques.
Em entrevista ao Diário, no último dia 12, Vasques afirmou temer pela integridade física dos presos. Quem também temia por fatos como os que ocorreram sábado, era o juiz Luiz Bessa Neto, da Vara das Execuções Penais e Corregedoria dos presídios. Quando da interdição, o magistrado recomendou "cautela na preservação da integridade física e psicológica dos presos", tendo em vista as deficiências daquela unidade do Sistema Carcerário.
EMERSON RODRIGUES REPÓRTER
Fonte:DN
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