quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TRAGÉDIA: Dois garotos se afogam na Barra do Rio Ceará

Os dois meninos se afogaram em um local, onde, conforme alguns moradores costumam ocorrer acidentes

Cena da tragédia: familiares, amigos e curiosos ficaram em volta dos corpos dos meninos. Bem perto dali existe uma torre de observação da Guarda, mas não havia nenhum salva-vidas Foto: Kiko Silva

Duas crianças, de 12 e 10 anos de idade, morreram afogadas, na tarde de ontem, quando tomavam banho, na Barra do Rio Ceará (Zona Oeste da Capital). Francisco Gilvan Alexandrino da Silva e o seu amigo Cleiton Ferreira Duarte, brincavam em uma área conhecida como ´Água Parada´, quando começaram a se afogar. Os dois amigos foram retirados da água alguns minutos depois por uma mulher, dona de uma barraca de praia, mas não resistiram.

Sentada na areia e com a cabeça do filho morto no colo, a mãe de Gilvan, a dona-de-casa, Tânia Maria Alexandrino da Silva, 32, contou, entre gritos desesperados, que ela estava desde cedo com o filho e alguns amigos tomando banho. "Estava todo mundo dentro d´água, no raso, quando vi meu filho mergulhando. Ele não voltou e eu me desesperei. Pedi ajuda para a mulher da barraca, pois não tinha nenhum salva-vida".

A mulher, identificada apenas como ´Lourinha´, entrou na água e, com a ajuda de um remo, passou a procurar os dois meninos. Depois de alguns minutos encontrou os garotos e os retirou da água. Os primeiros socorros foram feitos por populares, enquanto aguardavam a chegada de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando a ambulância chegou ao local, os socorristas confirmaram que os dois garotos já haviam morrido.

Depois que as mortes foram confirmadas, parentes das duas crianças entraram em desespero e passaram a criticar, inicialmente, a falta de salva-vidas no local e, depois. a demora na chegada da ambulância.

Vizinhos de Cleiton disseram à Reportagem do Diário do Nordeste, que ele tomava remédios de uso controlado para combater crises convulsivas. Afirmaram também que ele não sabia nadar. "Pode ser que ele tenha passado mal, começou a se afogar e o amigo tentou salvá-lo e também se afogou", disse o metalúrgico Régis Silva, 22, amigo da família de Cleiton.

Torre

A alguns metros de onde ocorreram os afogamentos, existe uma torre de observação de salva-vidas, coordenada pela Guarda Municipal, da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Contudo, segundo os moradores, eles só atuam nos fins de semana.

A Assessoria de Imprensa da Guarda Municipal enviou nota à Redação do Diário do Nordeste, no começo da noite passada, informando que "o Pelotão de Salvamento Aquático (PSA), atua na torre elevada da Barra do Ceará, com uma equipe composta por 03 salva-vidas, das 9h às 14h, de segunda à sexta, durante a baixa estação, período de pouca movimentação. Já nos finais de semana e nos feriados, o efetivo sobe para 05 salva-vidas, de 9h às 17h".

Em outro trecho, a Assessoria ressalta que "há um ano e cinco meses, não foi constatado nenhum óbito durante o período de atuação do efetivo do PSA e que nos últimos três domingos, no mesmo local, seis pessoas foram resgatadas com vida".
EMERSON RODRIGUES REPÓRTER

Fonte: DN

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