sábado, 12 de setembro de 2009

Juazeiro do Norte - CE: Demora do rabecão para recolher corpos cria velório feito por crianças

Antes, era a falta de um local adequado para a necropsia dos corpos. Hoje, as queixas apontam na direção da demora do rabecão em recolher os cadáveres nas vias públicas. Desta forma, muitos corpos ficam expostos durante bom tempo, principalmente quando o rabecão tem se deslocado para alguma cidade próxima. É quando dezenas de crianças ficam perfiladas no entorno do cadáver enquanto o veículo não chega para remover.

Há casos até de homicídios próximos ao Instituto Médico Legal (IML) e, mesmo assim, o resgate se demora por conta de outras ocorrências. A menor J. V. S., de 14 anos, que reside num bairro periférico onde existe certo predomínio de violência, confessou estar acostumada com "essas coisas" e até revela que gosta de ficar velando o corpo até que seja retirado.

Já o menor C. P. da S, de apenas 12 anos, disse ter percorrido vários quarteirões "prá ver o rapaz morto" quando soube do crime. "Vim olhar se conheço", justifica. A Polícia Militar, que chega primeiro para isolar a área, diz ser inevitável o assédio das crianças e adolescentes. Enquanto isso, populares defendem uma pressa maior por parte do rabecão quanto a remoção do corpo. "Acho que não seja bom ficar aí esse monte de menino diante de tanta violência", diz o comerciário Vicente Rodrigues de Souza.

Quando não havia o Instituto Médico Legal, os peritos criminais ficavam em dificuldades na hora de fazer o trabalho. Em muitos casos, periciavam o corpo no próprio local do crime quando era possível e sob o olhar atento dos curiosos. Para o ambulante Roberto Almeida Peixoto, a cidade precisa ter mais de um rabecão para que seja dada cobertura quando o outro estiver fora do município.

Fonte: Miséria

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