QUADRO GRAVE: Siamesas têm um só coração

Nova avaliação médica sobre o quadro clínico das gêmeas será feita no dia 4 de janeiro do próximo ano

Família pede ajuda porque não tem recursos para manter as meninas

Com 23 dias de vida, Suiane e Suiara são, hoje, as maiores fontes de dor e alegria de uma família pobre residente na Cidade Nova, no limite entre Fortaleza e Maracanaú. As gêmeas siamesas têm um só coração e nasceram unidas pelo tórax e abdome no dia 30 de novembro passado, no Hospital Geral Dr. César Cals, para onde deverão retornar em 4 de janeiro de 2010 a fim de serem submetidas à nova avaliação médica.

As crianças nasceram de parto cesariano e, conforme a direção do hospital, o quadro apresentado tem causa genética. Após o parto, as gêmeas e a mãe, a empregada doméstica Rosiene Ferreira dos Santos, permaneceram internadas durante 16 dias no César Cals. Atualmente, encontram-se na casa da avó materna, Maria Nilze Ferreira dos Santos.

Rosiene Ferreira explica que, desde o sexto mês de gestação, tomou conhecimento, no exame pré-natal, da possibilidade de as filhas nasceram com apenas um coração. "Foi um choque para mim e meu marido", disse ela, referindo-se ao pedreiro Márcio Gleidson Oliveira.

A avó, que se desdobra em cuidados e mimos com as crianças, não consegue esconder o amor que sente pelas netas. "Peço muito a Deus que as duas se salvem´´, enfatiza. Acrescenta ter esperança de que seja feita logo a cirurgia na qual deve haver a separação das siamesas e reza para que alguém doe um coraçãozinho para uma das duas recém-nascidas. "Sonho muito em ver as duas correndo pela casa, crescerem...", comenta, com os olhos marejados e brilhando de emoção.

Enquanto a mãe e a avó relatam que saíram do hospital sem receber muitas explicações sobre a real situação das gêmeas, o diretor do César Cals, Valdy Ferreira, afirma que tudo o que poderia ser feito pelas pacientes foi feito. "A mãe recebeu todas as recomendações detalhadas e por escrito, inclusive sobre o retorno para acompanhamento", frisa, acrescentando que o coração que bombeia sangue para o corpo das crianças apresenta má formação. A geneticista Erlane Marques Ribeiro, que acompanhou o caso, adianta apenas que, embora os registros de falecimentos sejam comuns, a literatura médica aponta situações em que gêmeos siameses chegam à idade adulta, mesmo sem serem separados. "Isso já aconteceu no Estados Unidos".

Como a mãe de Suiane e Suiara está desempregada e a família não dispõe de recursos financeiros, os interessados em ajudar podem telefonar para o número (85) 3463.2959.

MOZARLY ALMEIDA REPÓRTER

Fonte: DN

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