sábado, 12 de dezembro de 2009

VAZAMENTO DE INFORMAÇÃO: Justiça prende agente da PF

Além da prisão temporária do policial, a Justiça determinou também o afastamento de um delegado

Mandados de busca: na última terça-feira, a PF recolheu documentos em vários órgãos públicos no Eusébio - Foto: ALEX COSTA



Um agente da Polícia Federal foi preso e um delegado afastado das funções, por ordem da Justiça Federal, sob a suspeita de terem ´vazado´ informações antes da deflagração da ´Operação Gárgula´, realizada pela PF, na última terça-feira, com o objetivo de investigar o desvio de verbas federais pelas prefeituras dos Municípios de Guaramiranga, Aquiraz e Eusébio. O agente está recolhido no Quartel do Corpo de Bombeiros .

A Polícia Federal mantinha a informação sob absoluto sigilo e, até o começo da noite passada, o órgão não se pronunciou oficialmente sobre o fato. A Reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação Social da instituição, mas foi informada de que nem mesmo uma Nota à Imprensa estava prevista para ser lançada.

Nomes

O agente federal, identificado como Márcio Teles, recebeu voz de prisão ainda na manhã de ontem, quando chegava para o expediente. A prisão do policial e o afastamento do delegado Paulo Sidney aconteceram no mesmo dia em que a Justiça Federal concedeu habeas corpus e libertou dez das 15 pessoas que haviam sido presas, terça-feira-passada, durante a ´Operação Gárgula´. Além das 15 prisões, 52 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF em conjunto com representantes da Controladoria Geral da União (CGU) e de fiscais da Receita Federal.

Ontem à tarde, os dez acusados deixaram a sede da PF em companhia de advogados. Contra eles havia sido decretada prisão temporária pelo prazo de cinco dias, que poderiam ser renovados por mais cinco ou transformada a custódia em preventiva. Mas, a Justiça entendeu que, após os depoimentos que eles prestaram e a documentação recolhida nas sedes das três prefeituras são suficientes para o indiciamento.

Entre os presos estão funcionários das três prefeituras ligados aos setores de finanças e obras. O desvio das verbas públicas acontecia há, pelo menos, quatro anos. Desde 2005, a Controladoria Geral da União vinha acompanhando a aplicação dos recursos federais na construção de obras de saneamento básico nas três cidades.

As outras cinco pessoas que permanecem presas, segundo fontes da PF, estariam dificultando a coleta de provas sobre as fraudes. Entre as 10 pessoas que foram postas em liberdade, pelo menos uma aceitou aderir à ´delação premiada´, isto é, resolver colaborar com as investigações, o que pode lhe proporcionar redução de pena em caso de uma condenação judicial. Segundo o inquérito, além do desvio das verbas públicas, os acusados poderão ser condenados por fraude documental, ´lavagem´ de dinheiro e formação de quadrilha.

Escritórios

Em entrevista coletiva à Imprensa logo após o término da operação, o superintendente da Polícia Federal no Ceará, delegado Aldair da Rocha, informou que, somente na Prefeitura do Eusébio, o desvio das verbas federais destinados ao saneamento básico, pode ter alcançado a cifra de R$ 6 milhões.

O ´vazamento´ das informações para as pessoas que estavam sendo investigadas teria acarretado prejuízos importantes para a investigação policial sobre a fraude, daí a própria PF ter comunicado o fato à Justiça. Ontem à tarde, um intenso movimento de advogados e familiares dos acusados foi registrado na sede da PF. Os investigados preferiram não dar declarações à Imprensa no momento em que eram liberados.

FERNANDO RIBEIRO EDITOR

Fonte: DN

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