sábado, 20 de junho de 2009

Pau-de-arara para os estudantes

Alto Santo: Estudantes chegando à cidade; ao fundo um aluno faz o "dever" de casa. Foto: Plínio Bortolotti

Passamos em mais duas cidades em que vimos paus-de-arara usados como meio de transporte para estudantes da zona rural: ALTO SANTO e ERERÊ.

A desculpa dos secretários da educação é sempre a mesma: as estradas são ruins e só dá para transitar em caminhões F-4000 ou camionetas D-20.

Eles só não explicam porque não consertam as estradas e nem que, em boa parte dos casos, o serviço de transporte é entregue a parentes e aderentes.

Em Alto Santo falamos por cerca de 30 minutos com a secretária da Educação, Geudir Gurgel, sem que tivesse surgido o assunto transporte de estudantes.

Perguntamos qual era o partido do prefeito: “Nem sei o nome, é do partido do Cid Gomes”. Na verdade, Adelmo Aquino é do PRB, partido “alternativo” do governador do Ceará Cid Gomes, que é do PSB.

Ao sairmos, deparamos com caminhões chegando com os alunos. Voltamos à secretaria para inquiri-la sobre o assunto. Sem graça, ela deu a explicação acima.

O secretário da Educação de Ererê, Carlos Cavalcante, acresceu mais um argumento para estudantes em ”pau-de-arara”, palavra que ele mesmo utilizou como era o transporte de alunos. Ele se refetiu à “pobreza” do município.

A cidade é dirigida pelo prefeito Manoel Martins Alves, conhecido como Nelson Martins, do PSDB.

[Na foto, feita por mim, estudantes descem na localidade de Boca do Forno, de onde pegarão o barco para atravessar o rio Jaguaribe, até a sede do município de Itaiçaba.]

Em ITAIÇABA o problema existe para estudantes do ensino médio, responsabilidade do governo do Estado.

As muitas promessas de governos ainda não conseguiram acabar com um problema que inferniza a vida de estudantes. O transporte precário a que ainda são submetidos para terem o direito de estudar.

Os alunos, meninas e meninos, são obrigados a se equilibrarem em camionetas, que se assemelham aos velhos paus-de-arara, para se deslocarem de suas localidades ou distritos para a sede do município, onde estudam.

Sem contar o esforço adicional das estradas praticamente intransitáveis e ter terem de fazer parte do trajeto de barco.

Quando é que isso há de ter fim?

Fonte:Blog Plínio Bortolotti

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