Passeata no bairro: com cartazes, os moradores apelaram para que seja feita justiça no caso
"Quantos jovens precisam morrer para a sociedade e o Estado tomarem atitude?" A frase estampada em uma faixa erguida por quatro adolescentes refletia o sentimento de aproximadamente 300 pessoas que participaram, na tarde de ontem, pelas ruas do bairro Canindezinho, na periferia da Capital, do "Manifesto pela Paz - Em luto pelo assassinato do jovem Danilo Pinheiro", executado, na manhã do último dia 23, na Rua Icapuí, no mesmo bairro.A passeata seguiu pelas ruas do bairro, parou onde o jovem foi baleado, e terminou na Praça do Canindezinho, onde amigos e lideranças leram um manifesto sobre a morte do rapaz e pediram providências. "A conivência das autoridades com atos de violência nos deixa indignados, pois quando assistimos a uma execução bárbara, covarde e extrajudicial como essa, só podemos acreditar na existência de esquadrões da morte ou grupos de extermínio", afirma um trecho do documento.
Segundo parentes e amigos, Danilo Pinheiro de Araújo, 20, que era arte-educador, integrante da Rede de Promoção da Criança e Adolescente do Grande Bom Jardim e jovem liderança da União dos Moradores do Bairro Canindezinho (UMBC), havia saído de um evento e quando andava pela rua, foi abordado por um veículo de cor preta, com quatro homens no seu interior. Os homens desceram e passaram a efetuar vários disparos contra Danilo.
Homem errado
Conforme o relato de uma testemunha (identidade preservada), Danilo foi morto por ter sido confundido diante de sua semelhança física com uma pessoa conhecida como "Alex Terror", morador do Canindezinho e que teria assaltado um ônibus, no mesmo dia, e atirado contra um passageiro, o soldado da Polícia Militar João Alexandre Sá Rodrigues, 27, da CPRV.
A testemunha disse também que Francisco Alex da Rocha Santos, 20, o "Alex Terror", deu entrada no Frotinha da Parangaba, e também morreu no hospital. Ele havia participado do assalto no coletivo, no qual o PM Sá Rodrigues estava. Alex foi baleado em uma suposta troca de tiros com PMs.
O caso agora está sendo investigado pelo delegado Jacob Stevenson Mendes, titular do 32º DP (Bom Jardim).
Fonte: DN
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