quarta-feira, 3 de junho de 2009

Juazeiro do Norte - CE - Operários arriscam suas vidas em serviços sem os cuidados devidos com a segurança

Os acidentes de trabalho causam cerca de 3 mil mortes por ano em todo o Brasil. Dados da Previdência Social mostram que, no setor privado, 653.090 acidentes foram registrados em 2007, número maior que o do ano anterior com 512.232 casos. No dia-a-dia, muitos casos são noticiados sobre a morte de operários em seus postos de trabalho, sendo a maioria por não observar os cuidados com a segurança pessoal. Em alguns locais, essa segurança sequer existe e, em outros, é desleixo mesmo.

Apesar disso, é comum ver trabalhadores atuando de forma inadequada contrariando as leis de segurança pessoal. Há alguns dias atrás, o fotógrafo do Site Miséria, Cícero Valério, flagrou dois homens no alto da torre da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores realizando serviços de pintura sem nenhuma proteção em uma altura de aproximadamente 20 metros. Qualquer vento mais forte poderia levá-los ao solo o que, certamente, seria uma queda fatal.

Na fotografia, é possível ver ainda que no mirante da torre existe ainda uma criança igualmente sem proteção. Quem passava no local e via àquela cena, concluía que só um milagre de Nossa Senhora das Dores para protegê-los. Esse tipo de problema continua ocorrendo em todo o mundo e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu o 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho. Juazeiro do Norte conta com uma sede regional do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) que procura desenvolver um trabalho preventivo.

A situação já foi pior no Brasil, pois em 1973, quando o governo federal iniciou uma campanha nacional visando a conscientizar e a mobilizar a sociedade sobre o alto número de acidentes na iniciativa privada, as estatísticas apontavam que 20% dos trabalhadores com carteira assinada já haviam sido vítimas de algum tipo de acidente. Uma parte destes é por descuido próprio. "Tem muitos operários que dão sopa para o azar", comentou Carlos Barbosa da Silva, enquanto olhava os homens trabalhando no alto da torre da Matriz.

Fonte: Miséria.com.br

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