sexta-feira, 24 de julho de 2009

Policiais civis entram em greve

Os policiais civis decretaram greve, em busca de um maior reajuste salarial. (Foto: MAURI MELO)

Parte da Polícia Civil entrou em greve pedindo igualdade no índice de reajuste de salários. Com a paralisação, apenas 17 das 51 delegacias estão atendendo ao público. As filas nas delegacias já começaram.

Escrivães, inspetores e peritos da Polícia Civil entraram em greve ontem. Serviços essenciais, como a expedição de guias cadavéricas e o registro de flagrantes e de boletins de ocorrência (BO), serão feitos por apenas 30% do efetivo, que é a quantidade mínima exigida pela lei. Os efeitos da paralisação já começaram.

O 3º Distrito Policial (DP), na avenida Bezerra de Menezes, recebeu os usuários do 7º Distrito, delegacia localizada no bairro Pirambu, e do 1º Distrito, no Monte Castelo. Resultado: no fim da manhã, a fila para registrar o BO era grande. Maria de Lourdes Paulino, 50, esperava há 30 minutos com a senha de número 18. “Ainda vou esperar um bocado. Estão chamando o 9”, lamentou ela.

Das 51 delegacias (especializadas e distritais), 17 funcionarão de dia e quatro à noite. “Quem tiver acesso à Internet deve fazer (o registro) pelo computador. A morosidade só vai piorar”, aconselha o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira no Estado do Ceará (Sinpoci), Marcos Costa.

A delegacia eletrônica só registra perda e furto de documentos e desaparecimento de pessoas. Para minimizar o impacto da greve, o superintendente da Polícia Civil, Luís Carlos Dantas, planeja disponibilizar uma ficha para que o usuário adiante o preenchimento de dados do BO. “É um autoatendimento. Já tínhamos esse projeto. Vamos aproveitar para colocar em prática como projeto piloto para evitar filas”, diz Dantas. Depois de preenchido pelo usuário, o BO deve ser validado por um delegado.

Escrivães, peritos e inspetores decidiram pela greve, porque tiveram aumento linear de 7%. Delegados e médicos legistas receberam reajustes entre 59% e 123%. “Queremos o mesmo tratamento, a mesma valorização”, afirma Marcos Costa. Ontem de manhã, os policiais em greve participaram de reunião com Dantas, que reiterou a proposta de audiência com o governador firmada um dia antes.

O governador do Estado, Cid Gomes, está de férias e retorna no próximo dia 3. A proposta é agendar uma audiência até o dia 10 de agosto. Os policiais acham que, daqui para lá, é muito tempo e decidiram permanecer em greve. De acordo com Dantas, a negociação só avança com a volta do governador.

Nival Freire, titular interino da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), adiantou que já há uma estratégia pronta para enfrentar o movimento. O secretário admitiu que se surpreendeu com a paralisação, já que havia uma reunião agendada com o Governo do Estado para a primeira quinzena de agosto. “Fomos surpreendidos de certa maneira, apesar de que isso já vinha sendo anunciado. Digo ‘surpreendido’ em tese, porque, como eles disseram que queriam conversar, queriam um canal, ele foi aberto pela Casa Civil junto ao Governo. Mesmo assim, eles persistiram, e me surpreendeu esse fato”, comentou. A última greve da Polícia Civil foi em 2007 e durou 30 dias. (Colaborou Cláudio Ribeiro)

Fonte: O Povo

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Um comentário:

  1. quanto passaria a ser subsídio do inspetor de polícia como o que a categoria estaria pedindo?

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