quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ônibus são alvo de vandalismo na BR-116

O que é passatempo para meninos de comunidades nas margens da BR-116 vem assustando muitos passageiros de ônibus intermunicipais. A brincadeira é acertar os veículos com pedras, bilas ou qualquer objeto que possa quebrar as janelas. Para se ter uma ideia, somente nos carros da Expresso Guanabara - uma das maiores empresas do ramo no Ceará - foram registrados 127 casos neste ano. Só nos dez primeiros dias de agosto, foram 25 ocorrências do tipo. “Teve um dia que tivemos seis carros atingidos. A gente têm sofrido bastante com esse problema, já tivemos vários passageiros feridos”, relata Bernardo Lopes, supervisor de operações da Guanabara.

Na última segunda-feira, 10, um ônibus da empresa Rápido Limoeiro foi atingido por volta das 18h15min, quando passava próximo à Aerolândia. Um dos passageiros ficou ferido e foi levado ao hospital com um sangramento no rosto. “Só ouvimos um barulho. Quando a gente percebeu, um rapaz que estava sentado na cadeira da frente estava sangrando”, conta uma das passageiras. Segundo ela, o motorista não parou o ônibus no local por medo de assalto. “Mas o rapaz estava sangrando muito. O motorista parou mais à frente e chamou uma ambulância”.

De acordo com as empresas de ônibus, os ataques ocorrem no trecho da BR-116 que vai do viaduto da avenida Borges de Melo até a saída de Messejana. Os meninos ficam nas passarelas e nos viadutos. “É vandalismo mesmo, não é tentativa de assalto. Os ônibus param em seguida e não há abordagem. Eles preferem o horário de pico, entre 16 e 19 horas. É quando tá ficando escuro. Mas no domingo um dos nossos carros foi atingido às 13 horas”, afirma Bernardo Lopes. Além de risco para os passageiros, a brincadeira causa prejuízo para as empresas. “Além do transtorno para o passageiro, que tem de trocar de carro”. Cada vidro custa até R$ 1 mil.

Vítima: Para Silvana Silveira, proprietária da empresa Rápido Limoeiro, não há mais condições de operar na BR-116. “Isso já vem acontecendo faz tempo, é o sétimo caso. Mas ontem (segunda) foi a primeira vez que registramos uma vítima. E a maioria dos casos é na altura da Aerolândia e do Tancredo Neves”. O supervisor de operações da Guanabara teme que aconteça um acidente mais grave.

Conforme o inspetor Darlan Antares, chefe do núcleo de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os delitos são cometidos por crianças e adolescentes. “Já pegamos crianças de 9 e 10 anos jogando pedras. A gente leva para a delegacia especializada, fala com os pais, mas não adianta. No outro dia estão lá de novo”. Ele confirma que não é tentativa de assalto. “É puro vandalismo, só para destruir mesmo”. Darlan explica que, quando o número de casos aumenta, a PRF deixa viaturas fixas nos locais para saber exatamente onde acontece e descobrir quem são os responsáveis.

E MAIS

- De acordo com Darlan Antares, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), muitos meninos aproveitam o momento em que a viatura é chamada para resolver algum outro problema na BR-116 para jogar as pedras.

- Sobre as viaturas nos locais, Darlan explica que, quando o número de casos aumenta, a PRF deixa viaturas fixas. “O problema é que, se a gente coloca uma viatura no quilômetro zero, eles vão para o quilômetro quatro. É uma situação muito difícil”, explica Darlan.

- A PRF não tem dados sobre a quantidade de ocorrências do tipo na BR-116.

- A empresa Rápido Limoeiro não soube informar o estado de saúde do passageiro atingido pela pedra jogada na última segunda-feira no ônibus da empresa.

Fotos: Internet

Fonte: O Povo

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