quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Trânsito mata quatro pessoas por dia no CE

Em Fortaleza, a AMC descarta a implantação de um rodízio, considerando que o número de agentes já é insuficiente para fiscalizar os corredores da cidade (Foto: Juliana Vasquez)

No 6º Congresso Brasileiro de Trânsito e Vida, autoridades na área discutem soluções para diminuir os acidentes.

Os números são alarmantes e conhecidos. Somente no Ceará, uma média de quatro pessoas morrem por dia no trânsito e, no Instituto Dr. José Frota (IJF), os motociclistas respondem por 40% das internações. Falta, agora, colocar em prática e reforçar ações que possam reverter esses índices, como vem sendo discutido no 6º Congresso Brasileiro de Trânsito e Vida, que segue até amanhã, no Hotel Praia Centro.

O objetivo do evento é, reunindo autoridades da área de trânsito e saúde, formular propostas que possam reduzir o número de acidentes — e mortes — registrados no Brasil, a exemplo da Lei Seca, que tem mudado o hábito de muitos motoristas, e enviá-las ao Senado Federal. E o primeiro passo é analisar o quadro atual.

Segundo Mário Conceição, presidente da Federação Nacional das Associações de Detrans (Fenasdetran), 70% dos leitos públicos são ocupados por vítimas do trânsito. E mais: são 1000 acidentes por dia no País, com cerca de 100 óbitos, totalizando 35 mil por ano.

Para João Pupo, superintende do Departamento de Trânsito do Ceará (Detran-CE), a redução no número de acidentes exige uma relação bem construída entre os órgãos de trânsito. Segundo ele, no Estado, há falha na fiscalização. “Dos 184 municípios cearenses, somente 46 tem municipalização no trânsito, ou seja, a população não vê problema em não usar o capacete ou o cinto de segurança, pois não tem quem fiscalize’’, confessa.

Lorena Moreira, diretora de Planejamento do Detran-CE, acrescenta dizendo que é preciso ter consciência de que o trânsito é uma questão de saúde pública. Segundo ela, o Detran realiza blitze educativas uma vez por mês, além da “Operação Capacete”, nos fins de semana, naqueles municípios onde são freqüentes as infrações envolvendo motos.

Em relação a soluções para o trânsito da Capital, Fernando Bezerra, presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), disse que o rodízio de veículos é uma alternativa descartada. “Seria necessário um grande número de agentes fiscalizando em todos os corredores. O nosso efetivo é muito pequeno e jamais atenderíamos a demanda”.

Ele acredita, no entanto, que a grande solução viria com a melhoria dos transportes coletivos. “Apesar da frotas de carros ter aumentado 35% em dez anos, a frota de ônibus não aumentou nem 10%. Como pedir que o cidadão deixe de sair de casa no seu carro para pegar um ônibus sem condições de conforto e segurança?”.

Sobre as medidas a curto prazo, o presidente da AMC cita o início da recuperação das sinalizações horizontais, em especial as faixas de pedestres, a ser concluída até o fim do ano. Além da proibição do tráfego de caminhões por alguns corredores da cidade, em períodos pré-determinados.

Na avaliação do Detran, a própria Lei Seca já vem apresentando resultados positivos. A exemplo do número de mortos em acidentes de trânsito registrados no Ceará, que, nos cinco primeiros meses deste ano, teve redução de 23,4%, se comparado a igual período de 2008. Hoje, no Estado, são 62 bafômetros e 41 pontos de blitze por semana para fazer com que a Lei 11.705, que prevê pena de seis meses a três anos de detenção, multa e suspensão da habilitação para quem dirige após ingerir bebida alcóolica, seja respeitada.

Fonte: DN

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