sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Juazeiro do Norte-CE: Governador é vaiado e sepultamento dos PMs se transforma em manifesto

Por: Demontier Tenório

O Sepultamento dos militares mortos na noite desta quarta-feira no Sítio Lagoa, na zona rural de Barbalha, terminou se transformando em ambiente de manifesto contra o Secretário de Segurança Pública do Ceará, Roberto Monteiro. A pressão foi toda ela em cima do governador Cid Gomes que surpreendeu a todos quando apareceu no Cemitério Anjo da Guarda para se solidarizar com as famílias e prestar homenagens aos PMs que foram assassinados.

Ele teve que ouvir vaias e discursos inflamados optando por evitar pronunciamentos e contatos com a Imprensa ali presente. O Cabo Francisco das Chagas Gomes Leal, de 43, e o Soldado José Alisson Alves Lisboa, de 24 anos, foram recebidos a tiros quando tentavam prender Francisco Avacir da Silva Souza. Ele é acusado de assaltos e se encontrava em sua residência. O reforço policial foi acionado e Avacir terminou sendo igualmente morto.

O corpo de Leal foi velado em Barbalha e chegou por volta das 16 horas no Centro de Velório da Funerária Anjo da Guarda, onde já estava o esquife do Soldado Lisboa para uma homenagem conjunta. O ato ecumênico estava prestes a terminar quando Cid Gomes chegou ao Cemitério Anjo da Guarda acompanhado de seguranças. Sem se preocupar com hierarquia ou indisciplina, o Sargento Manoel Bento Filho, que estava fardado, apanhou o microfone e fez uma série de perguntas e cobranças ao governador.

A maioria relacionada com as condições de trabalho e os aplausos para o oficial tomaram conta. O clima foi ficando tenso para Cid Gomes escolhido para ouvir os manifestos contra o seu Secretário de Segurança Pública que não se fez presente. O eletricitário Francisco Domingos, cunhado do Soldado Lisboa, não perdeu a chance de empunhar o microfone e endureceu as críticas contra o governador que não escondia a aflição e via a sua segurança ser reforçada.

RITMO "ESTRESSANTE" - Depois, ele foi interpelado pela mãe do Soldado Lisboa que desabafou com o governador continuando a viver maus bocados no cemitério por conta dos desabafos. A questão salarial e o ritmo de trabalho "estressante" imposto pelo secretário foram as queixas mais comuns. No Site Miséria, muitos comentários também apontaram nessa direção. "Tire o secretário ou tiraremos o senhor do cargo em outubro", apelou um dos internautas se dizendo parente de militar.

Em meio ao tumulto, Cid Gomes enfrentou dificuldades para deixar o local onde havia muita gente. As homenagens póstumas continuaram com uma salva de tiros e o toque de silêncio representando momentos de muita emoção. Não foi diferente quando um funcionário da Anjo da Guarda lançou mão de um saxofone e começou a executar a Canção do Exército. O Soldado Lisboa foi sepultado ali mesmo no Anjo da Guarda, enquanto Cabo Leal no São João Batista que fica ao lado.

GALERIA DE FOTOS

Foto: Cícero Valério

Fonte: Site Miséria

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