Ceará - Cid Gomes está sendo prefeito

O Governo do Estado do Ceará, no início deste mês, publicou no jornal ´Folha de S.Paulo´ o aviso da concorrência pública nacional para a construção de 696 ´unidades habitacionais, no reassentamento Urucutuba I´, localizado no município de Fortaleza. O anunciou aguçou a nossa curiosidade, em razão dos constantes anúncios da Prefeitura de Fortaleza, sobre seus investimentos na atenção aos mais pobres da Capital cearense. Para surpresa nossa, não fora as ações do Estado, em parceria com o Governo Federal, pouquíssimas seriam as obras públicas a merecer destaque nesta cidade.

Até em praças nos bairros de Fortaleza, o governo estadual está investindo. O logradouro público denominado ´Praça Cônego de Castro´, na Vila Pery, foi recentemente reformado, com recursos do erário estadual que somaram R$ 49 mil. Segundo registros do Poder estadual, é expressivo o volume de recursos previstos para aplicação em Fortaleza nos mais de 600 projetos já definidos para melhorar a qualidade de vida do fortalezense.

Bairros

A maior intervenção urbana na Capital está nas áreas do Maranguapinho e do Cocó. Na primeira, dentre as mais de 12 mil novas moradias populares projetadas, o Estado construirá 9.214, além dos outros serviços necessários à urbanização de todo o espaço que compreende bairros populosos como: Antônio Bezerra, Quintino Cunha, Autran Nunes, Genibaú, Bom Jardim, Granja Portugal, Canindezinho, João XXIII e Parque Santa Rosa.

O projeto total para esses bairros passa dos R$ 120 milhões, além de outros R$ 300 milhões do Governo Federal. Por seu turno, para o Cocó, já estão sendo gastos os R$ 33 milhões programados pelo Estado. Neste projeto, também sem a participação de recursos municipais, inclui-se o embelezamento de avenidas em espaços nobres da Capital.

A Via Paisagística do Cocó´, como é denominada a obra em execução na principal via de acesso em direção ao Aeroporto Pinto Martins, somada aos serviços do trecho da Avenida Washington Soares (trecho urbano da rodovia estadual), do projeto de urbanização da Praia de Iracema (com o Governo Federal) e dos R$ 2 milhões para o projeto ´Vila do Mar´, estão dentre os investimentos do Estado em Fortaleza, que também servem para mostrar aos turistas a cidade que bem melhor poderia estar.

Indiscutivelmente, nas últimas décadas, não há registro da execução de tantos projetos do Governo estadual em Fortaleza. Na rápida administração do prefeito Ciro Gomes, em situação emergencial, houve uma considerável ajuda pecuniária para tirar a cidade do caos em que se encontrava. As outras administrações seguintes não tiveram a mesma atenção do Estado.

Até em relação a transferências voluntárias de recursos, a Prefeitura de Fortaleza tem sido beneficiada. No ano passado, o Tribunal de Contas do Estado registrou que foram liberados mais de R$ 9 milhões, enquanto municípios muito pobres receberam bem menos. E já este ano, só para a transferência de comerciantes do chamado ´Beco da Poeira´, no Centro da Capital, o Estado deu à Prefeitura R$ 9,9 milhões.

A prefeita Luizianne Lins bem que poderia aproveitar este momento, e deixar, ao fim do seu mandato, uma Fortaleza em que seus habitantes pudessem ter satisfação de citar o seu nome como uma boa gestora. A continuar como está, sua passagem pela Prefeitura de Fortaleza vai deixar muito a desejar, como ainda hoje é lembrada a gestão da outra petista que governou a Capital cearense.

Já é chegado o momento de a atual administração mostrar uma grande obra. Não basta só dizer que sua preocupação maior é com o social. É preciso provar o fazer pelo social, inclusive com um bom atendimento no setor primário e secundário da Saúde, assim como garantir os direitos das crianças carentes à creche e dos jovens e adolescentes à escola que funcione e de qualidade.

Também é preciso, por ser da responsabilidade de todo e qualquer administrador, fazer obras físicas necessárias ao atendimento da população a médio e longo prazos, o que não se conhece nos dias de hoje, quase cinco anos do governo de Luizianne. A tão anunciada Copa do Mundo de 2014 é que nos remete para uma perspectiva de ter uma parte de Fortaleza diferenciada a partir daquele ano.

Paralelo ao projeto e execução das obras reclamadas para o grande evento mundial do esporte é imperativo um investimento no planejamento do restante da cidade, não apenas para a Copa do Mundo, mas para um futuro muito próximo, visto estarmos à beira do estrangulamento de espaços públicos e serviços da administração.

Foto: Miguel Portela

Fonte: Diário do Nordeste

*********************************************