terça-feira, 11 de maio de 2010

Juazeiro do Norte-CE: Toró é retirado do cemitério e sacrificado em nome da saúde pública

Na tarde desta segunda-feira o vai e vem das pessoas que o cachorrinho Toró ficava apenas observando dentro do cemitério, foi diferente. Ele deixou de velar o túmulo de sua ex-proprietária, Francisca Teles de Oliveira, de onde foi arrancado por uma delas por volta das 15 horas. O animal tinha que ser sacrificado em nome da saúde pública, pois o exame de calazar feito no cachorro deu positivo. Nesses 65 dias de vigília ao túmulo, Toró ganhou a solidariedade popular dos que levavam água e alimentos.

Entretanto, o cãozinho também soube ser solidário na hora em que "aceitou" morrer para não contaminar e ser o motivador de mortes de outros animais e seres humanos. Toró protagonizou gestos numa verdadeira expressão de amizade eterna desde a tristeza no velório, o acompanhamento ao cortejo pelas ruas entre o Bairro Romeirão e o Cemitério do Socorro e a observância atenta ao sepultamento logo após a missa de corpo presente durante a qual permaneceu de pé o tempo todo.

Quando o Site Miséria descobriu e noticiou esse fato, gerou a ida de canais de TV e jornais ao cemitério para mostrar imagens do cão deitado ao lado do túmulo de sua dona. No Site foi uma das matérias mais acessadas das últimas semanas com quase 100 comentários. Uma história bonita que chegou ao fim se não considerarmos o reencontro dos dois. A divulgação do fato atraiu ao cemitério uma equipe da APROVI (Associação de Proteção a Vida) com sede em Crato.

Os membros da entidade foram ver de perto e decidiram levar Toró para um banho e cuidados em uma clínica veterinária de Juazeiro. Só não esperavam que o resultado do exame de sangue feito no animal viesse apontar mais um caso de leishmaniose. A própria veterinária, Tarcíla Pereira, mandou uma equipe ao cemitério recolher o animal diante da necessidade de sacrificá-lo. A saída dele nos braços do pessoal foi emocionante e algumas pessoas não se contiveram de emoção e choraram.

Segundo o diretor do cemitério, Mailson de Souza, a veterinária admitiu a possibilidade de o animal ter contraído a doença no próprio campo santo, onde há uma população em torno de 200 gatos. Como não fazia planos de sair do local, o cachorro foi acometido do mal diante da sua decisão em permanecer sempre ao lado do jazigo sem se importar se chovia ou fazia sol, se tinha alimento ou não. Muitos menos para os que lhe atiravam pedras, pois o que valia para ele, era o "aconchego" de sua dona mesmo inerte naquele túmulo.

Fonte: Site Miséria

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE ESSA MATÉRIA